segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Começa Amanhã o Maior Encontro dos Povos Guarani

Começa nessa semana, entre 02 a 05/02/2010, o maior Aty Guassu (Grande Reunião) dos povos guarani. A reunião, denominada Nhemboaty Guasu: Nhande Reko Resakã Yvy Rupa - Encontro dos Povos Guarani da América do Sul, será realizada na Aldeia Tekoha Añetete, localizada no município de Diamante D’Oeste, Paraná e reunirá cerca de 800 indígenas Guarani da Bolívia (Chiriguano), do Brasil (Kaiowa, Ñandéva e Mbya), do Paraguai (Ache-Guayaki, Paï Tavyterã, Mbya e Ava-Guarani) e da Argentina (Mbya). Segundo seus organizadores, o encontro tem como objetivo principal criar uma nova perspectiva de intercâmbio cultural que fortaleça a relação entre os Guarani e reduza o abismo existente entre essas populações e os não-índios. Pretende ainda difundir a cultura dos Povos Guarani e contribuir para uma visão mais ampla da temática indígena no Brasil e na América do Sul.O Encontro dos Povos Guarani da América do Sul reunirá lideranças indígenas da etnia, autoridades e convidados dos países participantes. Os dois primeiros dias do evento serão dedicados às plenárias constituídas exclusivamente por indígenas. O terceiro, e último dia de reunião, sera dedicado à apresentação das considerações e deliberações, tomadas em assembleias, às autoridades presentes. Do Mato Grosso do Sul sairão várias caravanas, de diferentes aldeias, para participarem do evento. Esperamos que essa reunião possa trazer novas perspectivas para todos os povos guarani, principalmente para os que habitam o Brasil, já que são grandes as lutas dos mesmos por melhores condições vida e por novas demarcações de terras. Que os nanderu kuera (rezadores) consigam abrir os caminhos da mente, propiciando grandes discussões que apontem relações mais dignas e respeitosas entre os povos guarani e as sociedades envolventes.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ritual do Batismo do Milho Acontece Hoje na Aldeia Jaguapiru

Será realizado nessa noite de quinta-feira, 28/01, o mais importante ritual, praticado nos dias atuais, da cultura kaiowa: o "Batismo do Milho" (AvatiKyry). O ritual será realizado na casa do cacique Getúlio Juca, região do Sardinha, na Aldeia Jaguapiru, localizada na Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa. No entardecer dessa quinta-feira começam as rezas, acompanhadas pelo bater da takuara e pelo som dos maracas, que adentram a noite, parando só no amanhecer dessa sexta-feira. O ponto alto do ritual acontece no amanhecer quando acontece o "batismo" das sementes, anunciando uma época de boas colheitas e pedindo aos Deuses proteção para as sementes, que irão propiciar boas colheitas no próximo plantio. O Avati Morotï (milho branco ou Saboro) é considerado sagrado, não é comercializado e a doação de espigas só é feita para quem possui grande prestígio, e dele deriva a chicha, bebida utilizada para fazer a ligação como divino durante os rituais. É a partir desse ritual que todas as plantas, utilizadas na cultura kaiowa, são "batizadas" para que haja fartura nas futuras colheitas. Esse importante ritual esta, aos poucos, se perdendo, muitos já não o praticam e os Nanderu (rezadores), principal elemento na realização do mesmo, estão envelhecendo, sem formar novos Nanderu já que os jovens não se interessam por essa formação, que dura anos de ensinamentos e aprendizagens. Devemos agradecer ao cacique Getúlio que, a duras penas, vem praticando e cultivando, entre seus seguidores, a importância do AvatiKyry para a cultura kaiowa. Que essa noite seja de muita alegria e paz na região do Sardinha.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Desnutrição Tem Dados Maquiados Pela FUNASA

A denúncia foi feita pela médica Kátia Angélica Bizzotto ao jornal A Gazeta. Segundo a médica, a FUNASA estaria maquiando os dados na forma de medição, adotada para as populações indígenas, onde é avaliada a relação Tamanho/Idade enquanto na população não-índia é avaliada a relação Tamanho/Altura sendo que "com essa medição muitas crianças acabam saindo da condição de desnutridas”, explicou a médica. Para Kátia, que ha oito anos presta atendimento nas aldeias de Amambai, a FUNASA só se importa em "dar bons números" e se utiliza da pressão de demissão dos funcionários, afirmando que “chega a ser ridícula a atitude de muitos coordenadores. Em reuniões chegaram a proibir as crianças indígenas de morrerem." O chefe do Pólo de Amambai, Davi Pereira, disse estar proibido de dar entrevista e de repassar qualquer informação à imprensa, deixando claro a "política do avestruz" praticada pela FUNASA. Os casos de desnutrição indígena, nas aldeias Kaiowa/Guarani, não é novidade e muitos recursos já foram gastos para combater essa situação porém com resultados insatisfatórios. A muito tempo as Aldeias kaiowa/guarani se tornaram uma "seca nordestina" onde milhões de reais são enviados para órgãos federais, estaduais e municipais para combater a miséria que assola as áreas indígenas mas muito pouco é empregado para o desenvolvimento sustentável das mesmas. Assim como a seca nordestina não ha interesse em acabar com a dependência indígena de recursos já que são esses recursos que alavancam as campanhas políticas de muitos políticos que querem se manter no poder.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Vila Olímpica Esta Abandonada na Aldeia Bororo

A Vila Olímpica Indígena, construída na aldeia Bororo, esta em completo abandono, com o mato tomando conta e sem conservação das obras realizadas. Construída em uma área de 1,5ha, a Vila Olímpica conta com uma quadra coberta, um campo ofical gramado com pista de atletismo, uma quadra descoberta e banheiros. Essa obra serviria para formação de atletas, combate a violência e consumo de drogas e, principalmente, como alternativa para os jovens que ficam ociosos e que não possuem áreas de lazer e recreação. Viabilizada com recursos federais e com as obras finalizadas a mais de seis meses, a Vila ainda não foi inaugurada e, até o presente, não foi manifestada a contratação de funcionários e técnicos. A pergunta que se faz é: por que essa obra ainda não foi inaugurada? A resposta que encontramos junto a comunidade da Reserva é o ano eleitoral. É sabido que os recursos foram viabilizados por um deputado federal do PMDB, que branda aos quatro ventos a realização dessa obra, e que o mesmo é candidato a reeleição neste ano. O comentário geral na Reserva é que com a proximidade das eleições com certeza a obra será inaugurada já que assim a visibilidade do deputado não se apagaria com o tempo. Mais uma vez os interesses políticos sobressaem aos interesses comunitários. Enquanto isso, vemos o aumento do consumo de drogas e da violência nas Aldeias de Dourados.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Miséria Volta as Aldeias Guarani

Os índices de miséria voltam a crescer nas aldeias guarani no sul de Mato Grosso do Sul. Entre os fatores que contribuem para esse crescimento, estão a disputa política pela administração regional da FUNAI e a pendência política-jurídica das novas demarcações de terras no território guarani. Em relação a administração regional da FUNAI, a disputa política tem provocado constantes fechamentos da sede regional em Dourados, impedindo o atendimento social as comunidades, atrasando a entrega de cestas básicas e, o mais preocupante,atrapalhando o plantio da safra de verão, já que há uma dependência em sementes e óleo diesel ofertados pelo órgão governamental. Com relação as demarcações de terras, a embromação política-jurídica arrasta os processos demarcatórios, provocando o aumento de acampamentos em beira de estradas, deixando seus ocupantes entregues a própria sorte pois, fora das aldeias, o atendimento dos órgãos governamentais, que já é precário dentro delas, fica praticamente inexistente. É sabido que as políticas de aculturação e integração do índio são os principais responsáveis pelo confinamento dos Kaiowa e Ñandeva em pequenas Reservas, criadas no século passado. Nos dias atuais, esse confinamento em pequenas áreas é o maior responsável pela miséria e pela violência que atinge as comunidades kaiowa e ñandeva e, portanto, esta mais do que na hora do governo reparar esse erro e providenciar novas áreas para essas etnias, garantindo melhorias na qualidade de vida e na sobrevivência mais digna das mesmas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Reestruturação da FUNAI Gera Incertezas

A reestruturação da FUNAI, anunciada no apagar das luzes de 2009, esta dividindo as comunidades kaiowa e ñandeva. Feita sem o conhecimento e sem consulta aos povos indígenas, as mudanças anunciadas estão gerando desconfianças e incertezas em vários grupos. Por outro lado, há vários grupos confiantes nas mudanças e com grandes expectativas na melhoria nos atendimentos às comunidades. Com a reestruturação, o afastamento da administradora Margarida Nicoletti, que ocupa o cargo de Administrador Regional Executivo, extinto na nova reestruturação, e que ha meses vem causando uma disputa política pelo mesmo, foi suspenso e a administradora continua até a implantação total das mudanças. Essa suspensão causou uma grande revolta no grupo que esta acampado em frente da Administração Regional da FUNAI em Dourados-MS. Essa revolta tem origem no acordo firmado, no final do ano passado, para desocupação do prédio da FUNAI e para a liberação dos funcionários, mantidos como reféns. Nesse acordo, a direção da FUNAI em Brasília se comprometeu com o afastamento da administradora no final de dezembro. Porém, com a reestruturação o acordo foi quebrado, deixando os manifestantes furiosos. Com a quebra do acordo aumenta o risco de novas ocupações ao prédio da FUNAI em Dourados, que só não ocorreu ainda porque a regional esta fechada desde as festividades do final de ano. Pelo "andar da carruagem" esse início de 2010 será de grandes disputas e expectativas entre as comunidades indígenas do sul do Mato Grosso do Sul.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Concurso de Poesia em Guarani

A Faculdade de Comunicação, Artes e Letras-FACALE da Universidade Federal da Grande Dourados-UFGD vai promover, em 2010, o 1º Concurso de Poesia em Guarani. Esse concurso é destinado somente para os povos indígenas Kaiowa, Ñandeva e Mbya e tem por objetivo abrir espaço para a produção da escrita guarani e para a publicação de material de leitura para as escolas indígenas e comunidades em geral. As inscrições estão previstas para ocorrerem entre 01/03 a 30/04/2010. As poesias devem ser inéditas, com no máximo de duas folhas de papel A4, e o tema é livre. As poesias poderão se encaminhadas em via impressa ou eletrônica (disquete, CD ou e-mail) juntamente com a ficha de identificação do autor para qualquer escola indígena de Mato Grosso do Sul que posteriomente fará o encaminhamento a comissão organizadoradora. A comissão julgadora será composta por pessoas, convidadas pela organização, que falam e escrevem fluentemente o idioma guarani. A avaliação será baseada na criatividade e originalidade e terá premiação do 1º ao 5º colocados, sendo que para o primeiro lugar o premio será um computador, para o segundo lugar uma máquina fotográfica digital e o terceiro, quarto e quinto colocados um certificado com menção honrosa.